Toda mulher que se preocupa com a saúde sabe muito bem a importância do acompanhamento com médico ginecologista e a necessidade de exames de rotina como o Papanicolau, por exemplo. Isso porque, de acordo com a queixa e o histórico da paciente, alguns exames possibilitam a detecção de doenças relacionadas ao sistema reprodutor feminino ainda nos estágios iniciais, inclusive os diversos tipos de cânceres ginecológicos. Nesses quadros, que podem ser rastreados mesmo quando a lesão ainda é pré-cancerígena, um diagnóstico precoce propicia probabilidades de cura bastante elevadas.

Os três principais tipos de cânceres ginecológicos são o câncer de colo uterino, do corpo do útero e do ovário. Infelizmente, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima a ocorrência de aproximadamente 30.000 novos casos dessas doenças por ano no Brasil. No entanto, esses cânceres têm um desenvolvimento relativamente lento, o que beneficia, de certa forma, as mulheres acometidas por eles.

Hoje explicamos esse tema.

Os diferentes tipos de cânceres ginecológicos
Câncer de ovário
Câncer de endométrio
Câncer de colo do útero
Câncer de vagina
Câncer de vulva
É possível se prevenir?
Para o câncer de colo de útero a maior prevenção é a vacinação contra o HPV e o uso de preservativo.

Embora não seja possível se prevenir totalmente contra os outros tipos de câncer ginecológico, a detecção precoce pode aumentar as chances de sucesso do tratamento. Por esse motivo é de extrema importância priorizar a realização de exames como a Ultrassonografia Transvaginal (para verificar problemas como cistos e infecções ou rastrear o câncer de ovário) e o conhecido teste de Papanicolau (que verifica a existência de câncer de colo do útero). “No Brasil, recomenda-se esse último, conhecido na Medicina como exame citopatológico, para mulheres assintomáticas com idade entre 25 e 64 anos, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais; em caso de resultado de lesão de baixo grau, a indicação é de repetição do exame em seis meses”, explica a Dra. Natália Moreno Perez Fraile, Oncologista no Instituto de Oncologia Santa Paula (IOSP).

A médica ressalta que o câncer de colo de útero tem um crescimento lento, sendo assim, a realização de exames ginecológicos de rotina pode detectar lesões precursoras levando ao tratamento direcionado e evitando assim o câncer invasivo.

Além disso, junto ao ginecologista é possível reconhecer e gerenciar os fatores de risco para essas doenças, quando estão presentes. São exemplos:

mulheres que sofrem de problemas relacionados a hormônios;
mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou ovário;
mulheres que já contraíram outros tipos de câncer, como cólon, reto ou mama;
mulheres na pós-menopausa (acima de 50 anos), dentre outros.
Diante de um exame que comprove a existência de células pré-cancerígenas, pode ser interessante se consultar com um especialista da área de oncologia para receber assistência especializada, desde a fase de diagnósticos, até tratamentos e intervenção cirúrgica, se for o caso. Como mencionado acima, os exames de rotina detectam lesões pequenas e muitas vezes precursoras de lesões malignas, sendo mais fácil o tratamento e controle nestes casos.

“Já os exames de imagem são solicitados de acordo com queixa, antecedentes pessoais, histórico familiar e exame físico/ginecológico. Esses exames também têm o intuito de diagnosticar lesões pequenas e ajudar no tratamento precoce das pacientes”, pontua a Dra. Natália.

Levar um estilo de vida mais saudável também pode ajudar
De acordo com a especialista em Oncologia Clínica, hábitos de vida saudáveis como priorizar uma dieta equilibrada no dia a dia, manter um peso adequado, praticar atividade física regularmente, não fumar, evitar bebidas alcoólicas, manter a vacinação atualizada e fazer sempre uso de preservativo, ajudam e muito na prevenção de diversos tipos de câncer, inclusive os cânceres ginecológicos.

Tenha cuidado redobrado com o HPV!
Você sabia que o vírus HPV, conhecido na Medicina como papilomavírus humano, é um dos responsáveis pelo câncer de colo do útero? Mas não são somente as mulheres que precisam se preocupar com essa doença, afinal, o papilomavírus humano também afeta os homens, podendo infectar a pele e as mucosas, causando verrugas ou lesões precursoras de câncer nos órgãos genitais, boca ou garganta. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) explica: “a infecção pelo HPV é muito frequente, mas transitória, regredido espontaneamente na maioria das vezes. No pequeno número de casos nos quais a infecção persiste e, especialmente, é causada por um tipo viral oncogênico (com potencial para causar câncer), pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras, que se não forem identificadas e tratadas podem progredir para o câncer”.

Atualmente, estima-se que cerca de 80% da população mundial tem ou já teve infecção por algum subtipo de HPV. Só no Brasil, são ao menos 2 milhões de casos confirmados anualmente. Portanto, continua sendo importante ressaltar a importância da imunização, principalmente em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Esse método é totalmente seguro e bastante eficaz, protegendo contra os vírus 6, 11, 16 e 18, relacionados ao HPV. E o melhor, a vacina está disponível em rede pública. Além disso, atualmente mulheres podem receber a vacina em rede particular até os 45 anos.

“O quanto antes a mulher receber a imunização, maior proteção terá contra o HPV; o ideal é antes de ter relações sexuais, mas nada impede de receber depois. Se você tem até 45 anos, converse com seu ginecologista e vacine-se contra o HPV, a vacina tetravalente também está disponível no centro de imunização do Hospital Santa Paula. Além de proteger contra o câncer de colo de útero, o HPV também está relacionado aos cânceres de ânus, vagina, vulva, pênis, orofaringe e cavidade oral; sendo assim, essa vacina pode proteger para diversos tipos de câncer. Vale a pena se prevenir, certo?!”, complementa a Oncologista do Hospital Santa Paula.

Além disso, o uso do preservativo diminui a infecção, uma vez que o vírus só é transmitido sexualmente quando há contato de pele com pele. “O uso do preservativo (camisinha) masculino ou feminino nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção do HPV. Contudo, seu uso, apesar de prevenir a maioria das DST, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que também isola a vulva do contato com o parceiro, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual, mesmo que não haja penetração”, finaliza a médica.

Fonte:  Dra. Natália Moreno Perez Fraile, Oncologista no Instituto de Oncologia Santa Paula (IOSP).

Fonte: https://www.santapaula.com.br/blog/mulheres-exames-de-rotina-sao-aliados-contra-canceres-ginecologicos/