O câncer de mama é o segundo tipo mais comum de câncer em mulheres do Brasil e no mundo, ficando atrás somente dos tumores de pele não melanoma. Em 2019, estima-se o aparecimento de aproximadamente 60 mil novos casos no país, respondendo a quase 30% dos novos casos dos cânceres femininos.
É uma doença que se desenvolve usualmente após os 35 anos, com crescimento progressivo da incidência com o aumento da idade, especialmente após os 50 anos de idade. Existem tipos diferentes de cânceres de mama, alguns evoluindo de maneira rápida, enquanto outros apresentam um crescimento mais lento. Felizmente, a maioria dos casos possui um bom prognóstico quando detectado precocemente.
O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, endurecido, geralmente indolor. Edema na mama, deixando-a com aspecto semelhante à casca de laranja, bem como retração cutânea, inversão ou descamação do mamilo, vermelhidão, descarga de secreção papilar, presença de linfonodos palpáveis próximos a axilas e clavículas são outros sinais e sintomas que podem estar presentes no câncer de mama, devendo ser sempre investigados.
Por ser de origem multifatorial, a prevenção da doença é baseada no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores, principalmente aqueles considerados modificáveis. O controle do peso corporal, evitando a obesidade, por meio de alimentação saudável e atividade física regular é capaz de reduzir em 30% o risco de desenvolver câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor.
Por outro lado, os fatores de risco, ou seja, hábitos que estão relacionados com uma maior chance de desenvolver a doença incluem o consumo em excesso de álcool, fumo, excesso de peso, atividade física insuficiente, exposição à radiação ionizante, histórico de câncer de mama na família. O uso de anticoncepcionais orais combinados (estrógeno e progesterona) e a terapia de reposição hormonal parecem não iniciar o tumor. No entanto, após o desenvolvimento do câncer, parecem promover uma progressão mais rápida da doença.
O autoexame das mamas é um método importante para que a mulher conheça seu próprio corpo. No entanto, ele não é capaz de identificar lesões pré-malignas e tumores muito pequenos. Dessa maneira, deixa-se de identificar as lesões justamente quando elas seriam mais facilmente tratadas. Sendo assim, a mamografia é necessária para que seja possível a detecção precoce do câncer de mama.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é de que, mesmo sem sintomas, nas mulheres a partir dos 40 anos o exame clínico das mamas seja feito anualmente. As mulheres entre 50 e 69 anos consideradas de baixo risco devem se submeter a mamografia a cada dois anos, pelo menos. Mulheres com risco elevado para câncer de mama são aquelas que apresentam histórico familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau ou câncer de ovário. Para estas, é necessário que o acompanhamento seja individualizado para melhor atendê-las.
O rastreamento do câncer de mama é uma estratégia que mostrou impacto na redução da mortalidade, em que os benefícios superam os riscos. Entre os benefícios, podemos citar o melhor prognóstico da doença, com tratamento mais efetivo e menos morbidade associada.
Fonte: https://vitallogy.com/feed/Outubro+Rosa%3A+Prevencao+e+deteccao+precoce+do+cancer+de+mama/952