O que é a sífilis?
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Além do contágio por relação sexual, ela também pode ser passada adiante pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou da mãe para o bebê, durante a gestação ou o parto.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorram 6 milhões de casos no mundo todos os anos. O infectologista Álvaro Furtado Costa, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), afirma que a doença é especialmente incidente em alguns subgrupos específicos: homens que fazem sexo com homens, pessoas transexuais e usuários de drogas injetáveis.
“Qualquer um que faça sexo sem proteção pode pegar. Mas o maior desafio no mundo é diminuir a incidência nessas populações-chave”, acrescenta o médico, que atua no Centro de Referência e Treinamento e em DST/Aids do Estado de São Paulo.
Tipos de sífilis
Os sintomas de sífilis dependem do estágio no qual ela se encontra.
Sífilis primária: “Começa com uma lesão no local de entrada da bactéria. Pode ser na genitália, na boca ou no ânus”, relata Costa. Só que é uma ferida que não dói nem coça – por isso, passa despercebida na maioria das vezes. Ela surge entre 10 e 90 dias após o contágio.
Sífilis secundária: “Se a primária não for tratada, a T. pallidum ganha a corrente sanguínea e entra em várias estruturas do organismo”, informa o infectologista. A fase secundária, que surge de seis semanas a seis meses depois da cicatrização da ferida inicial, se manifesta através de manchas na pele do corpo todo. Elas também não coçam nem ardem.
Sífilis latente: “Quando o paciente passa das fases primária e secundária sem perceber e cuidar dos sintomas, a doença entra em um estágio assintomático”, aponta o especialista. O tempo de duração varia de pessoa para pessoa.
Sífilis terciária: a última e mais grave etapa ocorre quando a bactéria começa a afetar o cérebro, o coração e os ossos, gerando graves lesões no organismo. Ela demora até quarenta anos para se manifestar dessa forma.
Sífilis congênita: é o nome dado para a infecção quando transmitida da mãe para o bebê. Nesses casos, a criança nasce com má formação, cegueira, surdez ou deficiência mental. É possível ainda que a mulher sofra um aborto ou que o feto venha a óbito durante a gestação ou o parto.
Como funciona o diagnóstico
Para detectar a sífilis, basta realizar um exame de sangue. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferece um teste rápido, para o qual não é preciso de pedido médico e que é feito com uma quantidade bem menor de sangue – basta um simples furo no dedo.
“O resultado sai em apenas 30 minutos. O teste está disponível em Unidades Básicas de Saúde e Centros de Referência”, conta o profissional.
O ideal é que todos os parceiros do indivíduo diagnosticado também investiguem se têm a doença. “Esse é um dos maiores obstáculos no combate à enfermidade no mundo. Nós não conseguirmos fazer a notificação dessas parcerias rapidamente e, como consequência, não tratamos todos. Por isso a cadeia de transmissão não é quebrada”, lamenta Costa.
Já as gestantes realizam qualquer um dos dois exames durante o pré-natal para evitar as consequências da doença na gravidez. O exame é solicitado duas vezes: no primeiro e no terceiro trimestre.
Fonte: saude.abril