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MIOMAS

O mioma uterino, também chamado de fibroma ou leiomioma, é o tumor benigno pélvico mais comum na mulher. Caracterizado pelo crescimento das células musculares lisas do miométrio, pode se localizar em diferentes espessuras do útero, a saber: intramural, submucoso, subseroso ou no colo/cérvix (GRISSON et al, 2011). Sofrem influência hormonal principalmente do estrogênio. Desenvolve-se durante a idade fértil da mulher e tem maior importância na idade reprodutiva, entre 30 e 40 anos, não existindo uma causa definida para seu surgimento.

 

Os fatores de risco relacionados ao seu aparecimento são:

HISTÓRIA FAMILIAR: mulheres que apresentam casos na família, principalmente mãe ou irmãs apresentam risco aumentado.

RAÇA NEGRA: o mioma ocorre em todas as etnias, no entanto as mulheres afrodescendentes apresentam uma maior incidência com surgimento mais cedo do que nas outras etnias.

GRAVIDEZ: mulheres que nunca engravidaram ou uma primeira gravidez tardia apresentam maior risco.

MENARCA: quanto mais cedo for a idade da primeira menstruação, maior o risco de surgimento de mioma.

BEBIDAS ALCOÓLICAS: o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente a cerveja, aumentam a chance das mulheres de desenvolver mioma.

 

 Os miomas uterinos são classificados de acordo com a sua localização anatômica, sendo que a maioria surge no corpo do útero e em uma menor escala se desenvolvem no colo uterino ou ligamento largo (prolongamento do peritônio que reveste o útero, e se estende para ambos os lados formando lâminas responsáveis pela suspensão e sustentação do útero) (SILVEIRA, 2011). Aqueles situados logo abaixo do revestimento externo do útero (serosa) são classificados como subserosos, podendo dar um aspecto nodular ao útero. Os miomas submucosos são aqueles que crescem logo abaixo do miométrio e se estende para dentro da cavidade uterina. Pode ocupar quase toda a cavidade quando apresentar um grande volume. Mais frequentemente são associados ao sangramento uterino anormal, levando a quadros hemorrágicos intensos. Os intramurais ou intersticiais são os tipos mais comuns. Encontram-se na espessura do miométrio e podem distorcer e abaular a superfície ou a cavidade uterina. Em casos de menor escala, os nódulos submucosos podem crescer em direção a cavidade uterina e se tornar pediculado, ligado a superfície por uma ponte fibromuscular por onde recebe irrigação sanguínea, e prolapsarem através do colo uterino, resultando no leiomioma parido (BOZZINI, 2004).

 

mioma e gravidez 1

Fonte: https://www.vix.com/pt/bdm/saude/tenho-mioma-no-utero-posso-engravidar

 

No que diz respeito a sintomatologia, a maioria dos miomas é não apresenta sintomas. Os mais comuns a serem destacados são: o sangramento vaginal, que ocorre a partir do aumento do volume e/ou aumento do número de dias de menstruação (são mais comuns nos casos de miomas submucosos); dor pélvica, mais comum em miomas subserosos, com sensação de peso na pelve, dismenorreia (cólica menstrual de moderada a intensa) e dor na relação sexual quando os miomas estão localizados nas regiões mais anteriores do útero; aumento da frequência urinária e constipação, quando miomas comprimem a bexiga ou próximos ao reto, podendo provocar respectivamente dificuldade para urinar e aumento do número de idas ao banheiro e sintomas de pressão retal com vontade contínua de evacuar. É possível destacar também que o mioma não interfere na ovulação, mas dependendo da sua localização e tamanho podem atrapalhar uma eventual gravidez. Os miomas intramurais e submucosos podem aumentar o risco de complicações na gravidez e parto. Já os miomas subserosos não costumam causar problemas na gestação.

O diagnóstico do mioma pode ser feito através da anamnese e o exame físico, porém o diagnóstico definitivo é realizado com a ajuda de exames complementares associados aos sinais e sintomas apresentados pela paciente. A ultrassonografia pélvica/transvaginal é um exame não invasivo, rápido e de baixo custo mais realizado para o diagnóstico do mioma. A ressonância nuclear magnética permite fornecer o tamanho e localização exata das lesões miomatosas, no entanto é um exame caro e nem sempre de fácil acesso a paciente.

O tratamento pode ser clínico e/ou medicamentoso tem como objetivo diminuir os sintomas e até inibir o crescimento e tamanho do mioma. Os medicamentos mais utilizados são os que diminuem a produção de estrogênio, induzindo uma menopausa precoce e temporária podendo ocorrer a diminuição do tamanho do mioma e a melhora dos sintomas. Após a suspenção do seu uso os miomas podem voltar a crescer. Podem apresentar efeitos colaterais como fogachos, diarreia, constipação, ressecamento de mucosas, cefaleia, entre outros. Cabe ressaltar que o dispositivo intrauterino de liberação de levonorgestrel (D.I.U. de Mirena) também pode auxiliar no tratamento.

Pode ser indicado, em muitos casos, algumas formas de tratamento cirúrgico por intermédio da miomectomia (retirada do mioma), histerectomia (retirada do útero) e a vídeo histeroscopia cirúrgica.

– MIOMECTOMIA:

Indicado para mulheres que pretendem engravidar ou que não querem retirar o útero. A cirurgia pode ser feita por vídeo laparoscopia ou de forma convencional. Recomenda-se aguardar de três a seis meses para engravidar após o procedimento cirúrgico. Em até ¼ dos casos o mioma volta a crescer.

HISTERECTOMIA:

É o tratamento definitivo da miomatose uterina. Consiste na retirada total ou parcial do útero. Pode ser realizada por via abdominal através de vídeo laparoscopia ou cirurgia convencional, e por via vaginal que apresenta uma recuperação mais precoce, menores índices de dor e de complicações pós operatórias.  Indicada para mulheres com sintomatologia intensa, que não desejam engravidar e que estejam adequadamente informadas sobre as três opções de tratamento.

VÍDEO HISTEROSCOPIA CIRÚRGICA:

Procedimento para retirada de miomas localizados parcialmente ou totalmente dentro da cavidade uterina. Em algumas situações, podem ser necessários mais de uma cirurgia para a retirada completa do mioma. Método moderno que preserva a possibilidade de gestação.Sua recuperação é rápida permitindo que a mulher retorne de forma breve suas atividades diárias.

É possível ressaltar também o tratamento intervencionista por meio da técnica de embolização dos mioma, que consista em procedimento que visa diminuir o suprimento sanguíneo para o útero causando necrose do mioma. A embolização ou ablação das artérias uterinas é realizada por um médico radiologista intervencionista.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BOZZINI, N. Leiomioma Uterino: Manual de orientação. São Paulo: Ponto, 2004.

GRISSON et al. Miomas uterinos.  Rev Med. Minas Gerais, 21(4
Supl 6): S1-S143, 2011

SILVEIRA,
M. I. C. O papel da embolização das
artérias uterinas no tratamento dos fibromiomas e suas implicações na
fertilidade. 2011.
33f. Dissertação de mestrado. Universidade do Porto –
Instituto de ciências biomédicas Abel Salazar. Porto, Portugal. 2011.

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